Em um esforço conjunto para fortalecer a competitividade da indústria europeia, dezessete países, incluindo Espanha, Alemanha, França e Itália, assinaram a chamada ‘Declaração de Berlim’. Este documento surge no contexto do encontro ministerial de alto nível ‘Friends of Industry’, que foi retomado recentemente. O foco principal da declaração está na soberania industrial, liderança tecnológica, descarbonização, matérias-primas críticas e a indústria de defesa.

O ministro da Indústria e Turismo da Espanha, Jordi Hereu, destacou a importância de uma indústria europeia unida para enfrentar os desafios e oportunidades do futuro. Segundo ele, é essencial criar um ambiente que favoreça o crescimento, a inovação e a competitividade, proporcionando um marco confiável para as empresas europeias.

Medidas para a Competitividade

A Declaração de Berlim propõe uma série de medidas para enfrentar os desafios que a indústria europeia enfrenta atualmente. Entre esses desafios estão a produtividade, a burocracia excessiva, o aumento dos custos energéticos, a competição global acirrada, os impactos das mudanças climáticas e as tensões comerciais.

O documento dá continuidade ao conhecido ‘Informe Draghi’, reconhecendo a necessidade de fortalecer a soberania econômica da Europa em tecnologias estratégicas e sua capacidade de inovação. Além disso, aborda a segurança no continente e a importância de fortalecer a base tecnológica de defesa de uso duplo.

Simplificação Administrativa e Inteligência Artificial

Um dos principais pontos da declaração é a simplificação administrativa, que busca oferecer maior flexibilidade para as empresas nos procedimentos de autorização de suas atividades. Isso é visto como um passo crucial para melhorar a eficiência e a competitividade das empresas europeias.

Outro ponto destacado é a aplicação da inteligência artificial na indústria europeia. A transformação digital é considerada vital não apenas para startups e empresas tecnológicas, mas também para o setor manufatureiro, que é um pilar da economia europeia. A declaração solicita a implementação de IA nos processos de produção para impulsionar a competitividade.

Descarbonização e Mercados Líderes

A criação de mercados líderes europeus é essencial para a descarbonização, um dos objetivos centrais da declaração. O documento enfatiza a necessidade de uma demanda inicial segura por materiais básicos que respeitem o clima, como aço, cimento e produtos químicos.

Para incentivar essa transformação, a declaração propõe o uso de etiquetas de produto validadas pela União Europeia que indiquem a pegada de carbono. Além disso, recomenda-se o uso estratégico do poder de compra de organismos públicos e da contratação pública para apoiar os mercados líderes.

Resiliência e Inovação na Indústria de Defesa

A resiliência da indústria europeia é outro ponto abordado na declaração, com foco no potencial de inovação dos setores de defesa. A proposta inclui a criação de uma Agência de Inovação de Defesa na UE para aproveitar as sinergias desse setor.

O documento também destaca a importância das matérias-primas críticas e como elas são fundamentais para a resiliência e inovação da indústria europeia. A cooperação entre os países é vista como essencial para garantir o acesso a esses recursos.

Liderança em Inovação e Criação de Valor

O último ponto da declaração foca no fortalecimento da liderança em inovação e na criação de valor da indústria europeia, com ênfase especial nos setores de automóveis e biotecnologia.

Os signatários solicitam o desenvolvimento de veículos de baixas e zero emissões, além da expansão da infraestrutura de recarga e fornecimento de hidrogênio, como parte dos esforços para descarbonizar as frotas empresariais. Essas medidas são vistas como cruciais para manter a competitividade da indústria europeia em um mercado global cada vez mais exigente.

Europa precisa de uma indústria unida para enfrentar as oportunidades. Juntos, devemos proporcionar um marco e impulsos confiáveis para o crescimento, inovação e competitividade.

Fonte: www.mintur.gob.es