Vamos ser sinceros: planejar uma viagem para a Europa é quase como decifrar um quebra-cabeça financeiro. Você olha para aquela nota de 50 euros na carteira e pensa se isso vai ser suficiente para um dia inteiro de turismo ou se mal vai pagar o almoço.
A verdade nua e crua? Depende completamente de onde você está pisando no continente europeu. E é exatamente isso que vamos desvendar agora.
Se você acha que a Europa é toda cara, prepare-se para ter suas ideias viradas de cabeça para baixo. Enquanto em alguns países 50 euros rendem um dia inteiro de diversão, comida boa e até sobra troco, em outros você mal consegue tomar café da manhã e pegar um metrô. Bizarro, né?
O Mapa Europeu do Dinheiro: Entenda Como Funciona
Antes de mergulharmos país por país, preciso te contar uma coisa que pode parecer óbvia mas muita gente ignora: a Europa não é homogênea. Nunca foi e nunca vai ser. Enquanto países do oeste e norte ostentam economias fortes e preços estratosféricos, o leste e partes do sul oferecem experiências incríveis por uma fração do custo.
O euro é usado por 20 dos 27 países da União Europeia. Isso facilita bastante a vida de quem viaja, porque você não precisa ficar trocando dinheiro toda hora. Mas atenção: usar a mesma moeda não significa pagar os mesmos preços. A diferença pode ser brutal, estamos falando de 200% ou mais entre um país e outro.
Vamos começar pelos países onde 50 euros fazem você se sentir praticamente rico.
Países Onde 50 Euros Te Transformam em Magnata
Ucrânia: O Paraíso Escondido dos Viajantes Espertos
Na Ucrânia, 50 euros são praticamente uma fortuna. Você consegue fazer três refeições completas em restaurantes decentes, pagar transporte o dia todo e ainda tomar umas cervejas à noite. Uma cerveja em bar custa menos de 1 euro, então pode fazer as contas do quanto você vai economizar.
O custo de vida ucraniano está entre os mais baixos da Europa. Um almoço completo raramente passa de 5 euros, e estamos falando de comida de verdade, não fast food vagabundo. Claro, a situação geopolítica atual complica as coisas, mas em tempos de paz, era destino obrigatório para mochileiros inteligentes.
Polônia: Cerveja Boa e Barata, História de Graça
A Polônia é aquele país que te deixa com aquela sensação gostosa de estar aproveitando muito e gastando pouco. Com 50 euros, você consegue passar um dia inteiro explorando cidades históricas como Cracóvia ou Varsóvia, comer bem e ainda levar umas lembrancinhas para casa.
Uma cerveja Tyskie de 500ml sai por menos de 1 euro no supermercado. Em bares, você paga cerca de 2 euros por um pint. Refeições completas em restaurantes locais custam entre 5 e 8 euros. Faça as contas: com 50 euros você almoça, janta, bebe e ainda sobra para o hotel ou hostel.
O transporte público nas cidades polonesas é ridiculamente barato comparado ao resto da Europa ocidental. Um bilhete de metrô em Varsóvia custa menos de 1 euro. Museus e atrações históricas também têm preços camaradas, muitas vezes com entrada gratuita em dias específicos.
Hungria: Budapeste Merece Sua Atenção
Budapeste é famosa mundialmente pela sua cena gastronômica e de bares. E adivinhe? É tudo absurdamente acessível. Com 50 euros, você consegue fazer duas refeições em restaurantes muito bons, experimentar os famosos banhos termais, tomar várias cervejas artesanais e ainda pegar táxi se estiver cansado de andar.
O salário médio húngaro gira em torno de 730 euros, e um apartamento de um quarto custa cerca de 475 euros por mês. Isso te dá uma ideia de como os preços são calibrados para o bolso local. Para turistas, é uma festa.
As sopas húngaras são deliciosas, baratas e perfeitas para dias frios. Você encontra refeições completas por 6 a 8 euros em lugares absolutamente decentes. As cervejas locais são saborosas e custam uma ninharia comparadas aos preços de Paris ou Londres.
Lituânia: O Segredo Báltico
A Lituânia exige 40 euros por dia como comprovação financeira na imigração, mas a realidade é que você vive muito bem com essa quantia. Os 50 euros que estamos falando aqui te dão margem para imprevistos e algum luxo extra.
A culinária lituana é barata e saborosa, com forte presença de sopas e pratos tradicionais. O clima pode ser bem frio, mas a cerveja gelada compensa. Vilnius, a capital, é uma cidade medieval linda e muito mais em conta que outros destinos europeus.
Países da Zona do Meio Termo: Equilíbrio Entre Custo e Qualidade
Portugal: O Favorito dos Brasileiros
Portugal merece uma atenção especial porque é destino queridinho da galera que fala português. Com 50 euros em Portugal, você não vai viver como rei, mas também não vai passar aperto.
Um café em Portugal custa em média 0,90 euros (e a tendência é ultrapassar 1 euro em 2025). Uma cerveja em bar sai por 1 euro, o que é bem razoável. O problema surge nas refeições: em Lisboa, um menu do dia pode custar 12 euros, enquanto em cidades menores como Braga você encontra por 7 ou 8 euros.
Vamos fazer as contas práticas: café da manhã com café e pastel de nata (2 euros), almoço em restaurante local (10 euros), transporte público (3 euros), cerveja à tarde (1 euro), jantar em tasca (10 euros), sobremesa e café (3 euros). Total: 29 euros. Ainda sobram 21 euros para museus, lembrancinhas ou emergências.
Portugal representa 14% no índice de custo de vida com habitação, um dos mais baixos da Europa. Isso significa que, para quem mora lá, a vida é acessível. Para turistas, os preços de restaurantes e atrações são bem razoáveis comparados a outros destinos europeus.
Espanha: Tapas e Sol Sem Quebrar o Banco
A Espanha é outro país onde 50 euros rendem bastante. Claro, depende da cidade: Barcelona e Madri são mais caras que Valência ou Sevilha. Mas de modo geral, você consegue se virar muito bem.
O segredo espanhol são as tapas. Por 2 ou 3 euros você come petiscos deliciosos que, somados, viram uma refeição completa. Uma cerveja custa entre 1,50 e 2,50 euros dependendo do lugar. Vinhos são absurdamente baratos comparados ao Brasil: você encontra garrafas decentes por 3 ou 4 euros.
Com 50 euros na Espanha, você consegue comer bem o dia todo, visitar um ou dois museus (muitos têm entrada gratuita em horários específicos), usar transporte público à vontade e ainda tomar umas cañas ao final do dia. Nada mal, certo?
República Tcheca: Cerveja Melhor Que Água
Praga é famosa por ser relativamente barata para os padrões da Europa ocidental. Com 50 euros, você tem um dia completíssimo pela cidade. A República Tcheca subiu para segundo lugar no ranking de melhores países para viver na Europa em 2025, equilibrando qualidade de vida e custo acessível.
A cerveja tcheca é considerada uma das melhores do mundo, e custa menos que água mineral em muitos lugares. Uma refeição completa em restaurante tradicional sai por 8 a 12 euros. O transporte público é eficiente e barato. Os castelos e atrações históricas têm preços justos.
Croácia: Costa Adriática Sem Susto na Conta
A Croácia oferece custo de vida baixo com qualidade de vida alta. O salário mínimo supera os 900 euros, mas os preços ainda são muito acessíveis para padrões europeus. Com 50 euros, você aproveita praias lindas, come frutos do mar frescos e explora cidades históricas.
Dubrovnik é mais cara por ser super turística (fama de Game of Thrones), mas cidades como Split e Zagreb são muito mais em conta. Uma refeição completa custa entre 8 e 15 euros. Cervejas locais saem por 2 a 3 euros.
Países Onde 50 Euros Desaparecem Rapidinho
Suíça: O Reino do Absurdamente Caro
Prepare seu coração: na Suíça, 50 euros mal pagam um almoço decente. Sério mesmo. Um McMeal no McDonalds custa 16 euros. Um café cappuccino sai por 5,20 euros. Uma cerveja em bar? Cerca de 7 euros.
Para você ter ideia da diferença, os preços dos alimentos na Suíça são 2,35 vezes maiores que em Portugal. Uma refeição em restaurante é 2,47 vezes mais cara. Literalmente, você paga quase o triplo por tudo.
Com 50 euros na Suíça, você consegue: tomar café da manhã em padaria (10 euros), almoçar um sanduíche simples (15 euros), tomar um café à tarde (6 euros), comprar água e snacks (5 euros), pegar transporte público (10 euros). Pronto, acabou. E você ainda não jantou.
O único consólio é que os salários suíços também são estratosféricos, então para quem mora lá, a proporção faz mais sentido. Mas para turistas brasileiros? É de chorar.
Noruega: Bonita Mas Implacável no Bolso
A Noruega compete com a Suíça pelo título de país mais caro da Europa. Uma cerveja em Oslo custa cerca de 8,95 euros. Em Reykjavik, na vizinha Islândia, chega a 9,64 euros. É de doer.
Os países nórdicos taxam pesadamente o álcool, então bebidas alcoólicas são proibitivamente caras. Refeições em restaurantes custam facilmente 25 a 30 euros por pessoa. Fast food não é muito mais barato: um combo simples sai por 15 euros ou mais.
Com 50 euros na Noruega, você mal consegue pagar duas refeições e algum transporte. Esqueça museus, lembrancinhas ou cervejas. É economia de guerra: comprar no supermercado, fazer sanduíches, andar a pé.
Islândia: Preços Congelados Mas Carteira Derretida
A Islândia é outro país absurdamente caro. Com índice de custo de vida de 94,48, está entre os três mais caros do mundo. Uma refeição básica pode custar 20 a 30 euros facilmente.
O lado bom? As paisagens naturais são gratuitas. Cachoeiras, gêiseres, praias vulcânicas: tudo de graça. O lado ruim? Você precisa comer, dormir e se locomover, e tudo isso custa os olhos da cara.
Dinamarca: Hygge Caro
A Dinamarca inventou o conceito de hygge (aquele aconchego gostoso), mas cobram caro por isso. Copenhague é uma das cidades mais caras da Europa. Uma refeição simples custa 15 a 20 euros.
Com 50 euros você consegue comer duas vezes de forma modesta, usar transporte público (que pelo menos é excelente) e talvez entrar em um museu. É preciso planejamento cirúrgico para não estourar o orçamento.
Reino Unido: Londres Merece Atenção Especial
Londres não usa euro, mas vale mencionar pela comparação. Com 50 libras (cerca de 58 euros), você tem um dia razoável mas sem luxos. Uma refeição em pub custa 12 a 15 libras. Um pint de cerveja sai por 5 a 7 libras no centro.
O transporte público londrino é caríssimo: um passe diário pode custar 15 libras. Museus são salvação porque muitos são gratuitos (British Museum, National Gallery, Tate Modern). Mas entre comer, beber e se locomover, 50 libras evaporam.
A Alemanha: Depende Muito da Cidade
A Alemanha é interessante porque varia brutalmente de cidade para cidade. Berlim é relativamente barata: você encontra cerveja artesanal por 4 euros, refeições completas por 10 a 12 euros. Munique, por outro lado, é bem mais cara, especialmente durante a Oktoberfest.
Com 50 euros na Alemanha, você tem um dia tranquilo: café da manhã em padaria (5 euros), almoço em restaurante local (12 euros), cerveja à tarde (4 euros), currywurst de lanche (5 euros), jantar (15 euros), transporte (5 euros). Sobram uns trocados para imprevistos.
Os famosos biergartens de Munique vendem copos de meio litro por 3,70 euros e de 1 litro por 7,20 euros. Não é barato, mas também não é absurdo.
França: Paris é Outro Mundo
Paris tem fama de cidade cara, e não é à toa. Com 50 euros, você tem que ser muito esperto. Um café em bistrô parisiense pode custar 5 a 7 euros. Uma refeição simples em brasserie sai por 15 a 20 euros facilmente.
A estratégia parisiense: comprar no supermercado, fazer piquenique nos parques (que são lindos e gratuitos), aproveitar museus gratuitos no primeiro domingo do mês, caminhar muito. Com criatividade, 50 euros rendem um dia decente, mas sem folgas.
Fora de Paris, a França é bem mais acessível. Lyon, Marseille, Bordeaux: todas têm preços mais razoáveis. Vinhos franceses são mais baratos na fonte (óbvio), então aproveite.
Itália: Bella Ma Costosa
A Itália representa 14,5% no índice de custo de habitação, similar a Portugal. Mas turismo em Roma, Florença ou Veneza pode ser caro. Com 50 euros, você consegue um dia turístico básico.
Uma pizza margherita decente custa 8 a 12 euros. Gelato, 3 a 5 euros. Café expresso, 1 a 2 euros (mas tome em pé no balcão, sentar custa o dobro). Entrada em museus e atrações: 10 a 20 euros facilmente.
A estratégia italiana: coma a grande refeição no almoço (menu turístico por 12 a 15 euros), jante algo leve, aproveite as igrejas gratuitas (que são espetaculares), caminhe bastante. Roma é particularmente desafiadora porque as distâncias são grandes.
Grécia: Sol Barato Mas Ilhas Caras
A Grécia apresenta uma situação curiosa: tem o maior peso de custo habitacional no orçamento das famílias (35,2%), reflexo da crise econômica. Mas para turistas, especialmente no continente, é relativamente acessível.
Com 50 euros em Atenas, você passa um dia muito legal: visita a Acrópole (20 euros), almoça em taverna (12 euros), toma café e sobremesa (5 euros), janta souvlaki (8 euros), usa metrô (5 euros). Ainda sobra dinheiro.
As ilhas gregas (Santorini, Mykonos) são outro papo: absurdamente turísticas e caras. Lá, 50 euros mal pagam jantar para um.
Países Bálticos: Surpresa Positiva
Estônia: Tecnologia e Preços Bons
A Estônia combina infraestrutura digital de primeiro mundo com preços ainda acessíveis. O salário mínimo supera 1220 euros, mas o custo de vida permanece razoável. Com 50 euros, você tem um dia completo em Tallinn, a capital medieval.
Transporte público gratuito na capital é um bônus. Refeições custam entre 8 e 15 euros. Cerveja sai por 3 a 4 euros. A cidade velha é Património Mundial da UNESCO e não custa nada para explorar.
Letônia e Lituânia: Gêmeas Acessíveis
Similar à Estônia, esses países bálticos oferecem ótimo custo-benefício. Riga e Vilnius são cidades lindas, históricas e baratas para padrões europeus. Com 50 euros você vive muito bem por um dia.
Eslovénia: Joia Escondida
A Eslovénia representa 13,8% no índice de custo habitacional, um dos mais baixos da Europa. Ljubljana é encantadora e acessível. Com 50 euros, você aproveita lagos, montanhas e boa comida.
O país fica entre Itália e Croácia, combinando o melhor dos dois mundos: beleza natural e preços razoáveis. Lake Bled é um dos lugares mais fotografados da Europa e não custa fortunas para visitar.
Dicas Práticas Para Esticar Seus 50 Euros
Independente do país, algumas estratégias universais ajudam:
🍽️ Almoce Sempre: Na Europa, o almoço costuma ser mais barato que o jantar. Aproveite os menus do dia que incluem entrada, prato principal, sobremesa e bebida por preço fixo.
🥖 Supermercado é Seu Amigo: Compre água, snacks e até sanduíches em supermercados. A diferença de preço para restaurantes é brutal.
☕ Café em Pé: Em muitos países, tomar café em pé no balcão custa metade do preço de sentar à mesa. Bizarro mas real.
🚇 Passe de Transporte: Compre passes diários de transporte público ao invés de tickets avulsos. A economia pode chegar a 50%.
🏛️ Dias Gratuitos: Muitos museus têm dias ou horários de entrada gratuita. Pesquise antes.
🍺 Happy Hour: Aproveite promoções de happy hour em bares. Cerveja e petiscos pela metade do preço.
🚶 Caminhe Muito: Além de economizar transporte, você conhece melhor a cidade e queima as calorias das comidas deliciosas.
💳 Evite Câmbio em Aeroportos: As taxas são abusivas. Use cartão internacional da Wise com IOF baixo ou saque em caixas eletrônicos.
A Matemática Real dos 50 Euros
Vamos ser práticos e criar uma tabela comparativa realista:
Países Onde 50 Euros Rendem MUITO (Leste Europeu e Bálcãs):
🇺🇦 Ucrânia: 3 refeições completas, transporte o dia todo, cervejas à noite, sobra troco 🇵🇱 Polônia: 2 refeições em restaurantes, transporte, bebidas, entrada em museu, sobra dinheiro 🇭🇺 Hungria: 2 refeições boas, banhos termais, cervejas artesanais, transporte 🇧🇬 Bulgária: Dia completo de turismo com folga financeira 🇷🇴 Romênia: Similar à Bulgária, muito rendimento 🇷🇸 Sérvia: Refeições fartas, bebidas, transporte, atrações
Países Onde 50 Euros Rendem BEM (Sul e Centro-Leste):
🇵🇹 Portugal: 2 refeições, transporte, 1 atração, bebidas 🇪🇸 Espanha: Similar a Portugal, tapas ajudam 🇨🇿 República Tcheca: 2 refeições, cervejas, transporte, entrada em castelo 🇭🇷 Croácia: Dia turístico completo sem luxos 🇸🇮 Eslovênia: Refeições, transporte, atrações naturais 🇱🇹 Lituânia: Dia completo confortável 🇱🇻 Letônia: Similar à Lituânia 🇪🇪 Estônia: Dia completo com bônus do transporte grátis
Países Onde 50 Euros Rendem RAZOÁVEL (Europa Ocidental):
🇮🇹 Itália: 1 refeição completa, 1 lanche, 1 atração, transporte básico 🇫🇷 França: Fora de Paris, dia apertado mas possível 🇩🇪 Alemanha: Depende da cidade, em Berlim dá tranquilo 🇦🇹 Áustria: Similar à Alemanha, Viena é mais cara 🇧🇪 Bélgica: Dia básico turístico 🇳🇱 Holanda: Fora de Amsterdam, razoável
Países Onde 50 Euros Rendem POUCO (Norte e Luxo):
🇨🇭 Suíça: Mal paga 2 refeições básicas 🇳🇴 Noruega: 2 refeições modestas, zero luxos 🇮🇸 Islândia: Similar à Noruega 🇩🇰 Dinamarca: Dia muito apertado 🇸🇪 Suécia: Similar à Dinamarca 🇫🇮 Finlândia: Preços nórdicos, pouco rendimento 🇱🇺 Luxemburgo: Pequeno mas caro 🇮🇪 Irlanda: Dublin é particularmente cara
O Fator Sazonalidade: Verão vs Inverno
Importante mencionar que a época do ano muda tudo. No verão, especialmente julho e agosto, os preços disparam em destinos turísticos. Aqueles 50 euros que renderiam um dia inteiro em maio, mal pagam meio dia em agosto.
No inverno, especialmente janeiro e fevereiro (exceto estações de esqui), muitos países ficam mais baratos. Hotéis baixam preços, restaurantes oferecem promoções, atrações têm descontos. Se você aguenta frio e não se importa com dias curtos, é a melhor época para esticar o orçamento.
Destinos de esqui como Alpes Suíços, Austríacos ou Franceses ficam absurdamente caros no inverno. Evite se está contando euros.
A Verdade Sobre Seguro Viagem e Custos Escondidos
Falamos muito sobre o dia a dia, mas não podemos esquecer dos custos obrigatórios. O seguro viagem é mandatório para entrar no Espaço Schengen, com cobertura mínima de 30 mil euros. Isso custa em média 30 reais por dia de viagem, o que não é nada comparado ao risco de precisar de atendimento médico na Europa.
Um consulta médica simples na Europa pode custar 100 a 200 euros. Uma internação? Milhares. Então aqueles 30 reais diários do seguro são o melhor investimento que você pode fazer.
A partir de 2026, será necessária a autorização ETIAS para entrar na Europa sem visto. É uma taxa única de alguns euros, válida por três anos. Não é muito, mas é mais um custo a considerar no planejamento.
Como Carregar Seu Dinheiro: Espécie vs Cartão
Cada vez mais, a Europa está se tornando cashless (sem dinheiro físico). Países como Suécia e Noruega praticamente eliminaram dinheiro em espécie. Muitos estabelecimentos não aceitam mais cédulas, apenas cartões ou pagamentos digitais.
Portugal, Espanha, Grécia e Itália ainda têm comércio que não aceita cartões, especialmente no interior. Então é bom ter algum dinheiro vivo, mas não exagere.
A melhor estratégia é usar contas internacionais como Wise, que têm spread cambial menor (2,5% a 4% dependendo do horário). Evite cartões de crédito tradicionais brasileiros que cobram IOF de 5,38% mais spread abusivo.
Leve no máximo 300 euros em espécie para emergências. O resto, mantenha em cartão internacional. Se ultrapassar 10 mil euros, você precisa declarar na alfândega europeia.
Planejamento é Tudo
No final das contas, o que você consegue fazer com 50 euros na Europa depende de três fatores principais: onde você está, quando você viaja e o quanto você planeja.
No leste europeu e países bálticos, 50 euros te dão um dia inteiro de turismo com conforto. Em Portugal, Espanha e países similares, você tem um dia decente sem luxos. Na Suíça, Noruega ou Islândia, você mal almoça.
A Europa é um continente de contrastes econômicos brutais. Aproveitar ao máximo seu dinheiro significa pesquisar, planejar e ser flexível. Evite temporadas altas, prefira almoço ao jantar, caminhe ao invés de usar táxi, compre em supermercados.
Mas acima de tudo, lembre-se: experiência não tem preço. Às vezes vale a pena gastar um pouco mais para viver aquele momento inesquecível. O segredo é equilibrar economia inteligente com momentos de extravagância calculada.
Aqueles 50 euros podem ser uma nota qualquer ou podem ser a porta de entrada para um dia incrível de descobertas. Depende só de você saber onde e como gastá-los.
Boa viagem, e que seus 50 euros rendam muito!
Uma resposta