Se você anda pensando em largar tudo pra se mandar pra Holanda, nós estamos aqui para te contar o que ninguém te diz mas deveria. Nós vamos te entregar a real sobre clima, documentos, trabalho, moradia e o que vai realmente te matar se você não se preparar, tudo com um humor ácido para você não desistir antes da cerveja.
O que é viver em Amsterdã
Amsterdã nasceu como uma vila de pescadores no século xi e virou potência europeia da noite para o dia. Hoje é uma cidade de cartão postal com mais de cem quilômetros de canais, cem pontes e um mar de gente de todos os cantos do mundo. Esqueça o estereótipo coffee shop e Red Light District como sinônimo único da cidade. Tem muito mais vida acontecendo além do óbvio.
O clima: chuva, vento, ocasional sol e muito sarcasmo
Entre outubro e junho você sente o outono e inverno se estenderem até o infinito. Junho a setembro traz “verão”: dias que até chegam aos 25 ou 27 graus, mas com ventos tão fortes que você agradece por saber voar. Calcula aí cerca de 300 dias de chuva por ano, meteorologicamente testando tua paciência. Se quiser conferir as médias, dá uma olhada no site do Ministério do Meio Ambiente da Holanda KNMI para dados reais e confiáveis.
Documentos e visto: a saga do BSN
O documento chave aqui é o Burger Service Number, tipo seu RG holandês. Se você tem cidadania europeia, só marcar a reunião no gemeente (prefeitura), levar o certificado de nascimento plurilingue (traga pronto da Espanha, por favor), e pronto, virou cidadão tempora… ou pelo menos apto a trabalhar. Se tentar pedir daqui vai levar um tempo digno de maratona de espera. Se vier de fora da União Europeia, aí a coisa fica mais complexa: precisa de passaporte válido, comprovante financeiro, seguro saúde, visto mvb ou bvr. O site do Governo Holandês tem os links oficiais que você precisa guardar agora.
Conta bancária: bancos online versus tradicionais
Para receber salário, precisa de conta bancária local. A solução rápida é o bunq, você abre em 10 minutos, paga uns nove euros por mês, mas não exige um vale-transportes de documento. Se preferir banco físico, tipo ING Direct, prepare-se: vão pedir papelada até pro parente do parente do seu vizinho.
Trabalho: sue ou vista a camisa
O salário mínimo na Holanda gira em torno de 1995 euros por mês. Em cidades grandes, como Amsterdã, emprego não é um unicornio: tem vaga sem precisar falar holandês, às vezes nem inglês direito. Sites como LinkedIn e Indeed funcionam bem, mas também rola por grupos de WhatsApp e Facebook. Empresas de trabalho temporário (ts) às vezes oferecem até moradia, mas pagam com aquela mistura irresistível de ajudinha… e pegadinha.
Seguro saúde e atendimento médico: o básico
Seguro saúde não é luxo, é lei. Custa em média uns 120 euros por mês, mas o governo compensa boa parte, dependendo da sua grana. Depois de pagar, você escolhe um GP na área e tá pronto para ser atendido sem drama.
Transporte: bicicleta ou bolão no bolso
O transporte público funciona direitinho, mas aqui a maioria se pendura numa bicicleta. Uma parada de metro custa entre 1 50 a 2 50 euros. A smartcard chamada OV-chipkaart deixa o preço mais em conta e dá acesso a descontos. Ah, e “pique o cartão” ao entrar e ao sair, senão pagam tudo por você… e caro.
Moradia: o pesadelo mais hype do seu currículo
Se quiser medir dor em níveis, tentar achar casa em Amsterdã é máster. Oferta baixa, demanda absurda, preços lá nas alturas. Nós, por exemplo, só achamos vaga via Facebook — só que tem golpe nisso, fique esperto. Sites como Funda, Pararius e a plataforma da municipality (comune) ajudam. Agentes imobiliários (makelaar) também oferecem serviço, mas cobram “comissão de luxo” equivalente a um aluguel, pedem seu banco, contrato, extrato, e ainda seu primeiro filho. Imagina pensar que é fácil.
Aprender holandês: não necessário, mas inevitável
Chegar sem saber holandês nem inglês é possível. Mas com o tempo, conversar no supermercado será sua faixa. Sinta o orgulho. Muitos municípios oferecem cursos gratuitos para ajudar você a não parecer turista eterno.